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DREAMS | DO SONHO À CRIAÇÃO

  • Foto do escritor: raianecfferreira
    raianecfferreira
  • 14 de jul.
  • 2 min de leitura

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Titulo original: Drømmer | Diretor: Dag Johan Haugerud | Ano: 2025 (Brasil)

Duração: 1h 50m | País: Noruega


Cada indivíduo possui um mundo íntimo de desejos, sonhos e ilusões. E é claro que o cinema consegue trazer isso das mais variadas formas. Neste caminho, o filme Dreams do diretor norueguês Dag Johan Haugerud nos coloca frente a questões tão particulares e íntimas, que passamos a pensar nas nossas próprias questões e vivências.

 

Parte da trilogia Sex, Love e Dreams, este último propõe uma narrativa em primeira pessoa, no qual somos convidados a vivenciar os pensamentos e devaneios amorosos de uma jovem e espirituosa garota. Assim, acompanhamos Johanne em sua paixão pela sua professora de francês, sentimento este que a faz mudar sua personalidade e sua maneira de perceber o mundo. E na frustração de não poder concretizar seu amor, ela escreve tudo o que vive, e mais do que isso, relata suas percepções mais íntimas e fantasiosas. 


Este é mais que um filme sobre amadurecimento. É sobre as vontades humanas, aquelas que estão dentro de nossa cabeça, que desejamos que se concretize na realidade e parecem estar logo ali, a um passo de nossas mãos, mas não podemos tocar. Com a protagonista, este desejo era concretizar seu amor pela professora, o de Karin, a avó, era de escrever um livro, mas sente ser tarde demais. 

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Para além do romance proibido, ou não correspondido, Dreams exprime como os nossos sonhos e desejos modulam a nossa realidade, criando versões irreais em nossa mente, algo que queremos que fosse real. Mas a frustração sempre vem, pois percebemos que a realidade mundana nunca vai ser igual àquela que imaginamos. Que a vida planejada para o futuro, as realizações, as conquistas sonhadas podem demorar demais para acontecer, ou sequer acontecer. Novas concretizações surjem e essa é a imprevisibilidade da vida, do estar no mundo.


Quem nunca se apaixonou por alguém inalcançável? Ou viveu um amor não correspondido? Talvez seja por isso que seu relato escrito tocou profundamente sua mãe e avó. Para além da boa escrita, a jovem conseguiu descrever sua experiência a partir da sua percepção, mesmo que repleta de ideações e desejos. Ela pôs no papel a realidade que criou para si, mesmo que esta não seja validada pela professora. Mas a arte não seria, ela mesma, feita disto? 


Pode-se dizer que uma obra de arte, antes mesmo de ser concretizada, exista, sobretudo, na mente do artista. Ela é idealizada e imaginada e depois cria forma. No cinema, podemos entender este processo de criação e imaginação em dois momentos: naquele em que o filme se faz somente na mente do realizador, e de sua equipe, e em sua exibição na sala escura, no qual o espectador vivencia a experiência do filme. Em ambas, é como sonhar acordado. 


 
 
 

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