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O MELHOR AMIGO | PARA ALÉM DA AMIZADE, O DESEJO.

  • Foto do escritor: raianecfferreira
    raianecfferreira
  • 25 de jan.
  • 2 min de leitura



Neste novo longa de  Allan Deberton, acompanhamos Lucas (Vinicius Teixeira), um jovem arquiteto que viaja sozinho à Canoa Quebrada em busca de rever Felipe (Gabriel Fuentes), um velho amigo nos tempos da faculdade, no qual ele possui amor platônico. O reencontro com o amigo desperta desejos reprimidos, que o faz investir em uma aproximação mais íntima. 


Diferente do curta, Deberton trás nesse longa uma aura mais divertida e descontraída que procura expor mais os desejos do personagem na busca por se encontrar no amor. Está mais que perceptível que o filme é moldado por uma estética norte-americana clássica, com direito a estereótipos e eventualidades nesta saga romântica.


As cenas de música são bem elaboradas e divertidas, é um mérito a direção visto que exige certa complexidade cênica para tal. A desenvoltura e a comicidade lembram os filmes como “500 dias com ela” e “Quero Ficar com Polly”, porém em uma versão não normativa do amor.


É interessante ver corpos não normalizados aqui, além de contemplar, na grande maioria, artistas locais. Porém o filme fica na superfície, não se aprofunda nos personagens secundários, que são tão interessantes, ou até mais, do que o protagonista. Isso me incomoda particularmente, pois gosto de ver personagens profundos na tela, o que faltou aqui. 


Pouco sabemos do amigo Felipe para além dos seus três empregos e seu charme irresistível. Sua presença se resume a carisma e sexualidade, pois há uma sexualização exagerada do corpo do amigo, tirando todas as possibilidades de nos aproximarmos emocionalmente.


Reconheço a escolha por abordar a sensualidade, porém ela se dá de forma solta, sem apuro estético ou pensamento cinematográfico. Lembrei agora dos filmes “Queer” e “Challengers”, ambos dirigidos por por exemplo Luca Guadagnino, no qual o diretor explora de forma minuciosa o erotismo na própria estética e estrutura fílmica.


Além disso, sinto falta de ver a amizade de Lucas e Felipe se desenvolver ao longo do filme, os eventos são muito pautados no desejo do rapaz, e o envolvimento é marcado bruscamente por uma excitação forçada. Faltou certa fluidez para desfazer as modulações de uma roteirização marcada, com ressalva a breves respiros. 


No fim das contas, O melhor amigo é um filme repleto de engendramentos de produção que modulam a sua forma e narrativa, mas que, ainda consegue tirar boas gargalhadas do público.


 
 
 

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